terça-feira, 30 de setembro de 2014

BIGSPIRATION

Quando me sinto gorda, penso em mulheres assim (mesmo a maioria sendo bem mais gorda do que eu):




Mas aí me lembro que eu não sou violão como elas, então não tenho o direito de ficar tão gorda assim.

A impressão que eu tenho é que, quando passam de um certo peso, as modelos plus size todas têm olhos azuis... se só a beleza pode compensar a falta de beleza, o que vejo é pura hipocrisia.

Tira esse bicho de mim!!!

Hoje eu tinha marcado um teste relativo à pisada e à postura. Mas houve um mal entendido. Quando cheguei era, na verdade, um exame de composição corporal e avaliação cardiorrespiratória.

Resumindo, paguei pra ela me dizer o que eu pagaria pra ela não me dizer: que eu estou gorda.
Preciso emagrecer de 2 a 6 quilos. A princípio é fácil, coisa que está sempre acontecendo, inclusive comentei com ela sobre minha flutuação. E ela fez o favor de me dizer que, mesmo fazendo exercícios físicos, ficarei flácida com todo esse efeito sanfona. Por que o erro não podia ter sido a troca do meu exame pra equoterapia, ou qualquer coisa??


Quando ela olhou os resultados do meu teste de esteira, ficou surpresa com o fato do desempenho do meu coração e minha capacidade de oxigenação não corresponderem com alguém que pratica esporte há quase 8 anos, mesmo sendo satisfatórios...


Fui embora pensando que, realmente, nada de bom poderia ser gerado por uma mania dessas... o engraçado foi quando cheguei em casa com esse pensamento, e vi o seguinte em uma revistinha de curiosidades da minha filha:

"O âmbar-gris, vômito da baleia cachalote, é um dos ingredientes mais valiosos da perfumaria.
Na verdade, ele é resultado de uma infecção causada pelos dentes das lulas-gigantes no intestino do bichão."

Mas hoje estou me identificando mais com o "baleia" do que com o "valiosos" e "perfumaria"... As gordurinhas a mais me incomodam como se fossem um bicho q eu preciso arrancar de mim com pânico, desespero!!!

Chorei na frente do espelho, coisa que não acontecia há anos. Eu tinha comido um monte e minha barriga não voltava ao normal, mesmo depois de vomitar. Deitei e fiz 200 abdominais no chão gelado do banheiro pra tentar enrijecer e melhorar o efeito dilatado da barriga. Mas depois o meu amor me disse que eu sou gostosa e eu acreditei.


É meio complicado começar a namorar... sinto como se eu tivesse a responsabilidade de contar pra ele que eu não sou tão saudável fisicamente e emocionalmente como eu pareço. Uns dias atrás ele subiu pra conhecer meu quarto, e a primeira coisa que eu fiz foi sentar em cima do meu criado-mudo. Se ele abrisse aquilo, seria a porta do horror, as embalagens entulhadas lá dentro já deviam estar apodrecendo. Mas o pior eram as embalagens de comidas que tínhamos comprado no mercado pra comer juntos... elas eram resquícios dos nossos momentos de carinho misturados com o lixo porco da vergonha.

Mas quando eu penso no meu futuro, eu sempre sinto que o tempo vai acalmar essa necessidade de correr atrás do próprio rabo, como faz a Capitú para dissipar o estresse.

Talvez eu seja apenas uma corredora iniciante, daquelas que desperdiçam esforço em um movimento exagerado e uma biomecânica errada. Eu sinto que a vida vai me ensinar a caminhar direcionando sabiamente minha energia, e assim percorrendo maiores distâncias, com os menores danos possíveis.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Dexter da fome de boi

Hoje eu pedi um pastel no shopping. Na metade dele, mal pude conter a minha alegria quando vi que ele estava completamente embolorado. Aquele fungo “teia de aranha” com pontinhos pretos tomava conta do pastel por inteiro. Continuei comendo, até restar um pedaço que ainda apresentava apenas o mofo suficiente para eu mostrar e poder reivindicar outro pastel.


Então, voltei ao balcão e mostrei o pastel fazendo cara de muito nojo, preocupação e constrangimento, como uma pessoa normal faria. Me pediram desculpas 5x e me deram outro pastel.

Eu sou o Dexter da fome de boi. Fome de boi porque é o significado de “bulimia” em grego, nome este que tem tudo a ver, porque o boi é ruminante. E Dexter por causa daquele seriado em que ele é um psicopata que compreende racionalmente as emoções humanas e simplesmente as imita para poder se misturar.

Eu sempre faço cara de frescura quando, por exemplo, encontro um cravo na minha moranga. Minuciosamente, tiro ele com a pontinha do garfo, e essa delicadeza camufla o monstro interior que mastigaria moranga crua até a morte. Ainda completo com um “Ui, é amargo”. Pura imitação.


Com a gordura da carne é parecido. Me demoro com a faca em cima dela, pra dar a impressão de que a precisão de meio milímetro de corte é necessária à minha elegância. Porém, existe uma diferença entre o cravinho e a banha. Com o cravinho, eu sou capaz de manter a postura. A banha, sobretudo, depois de separada no cantinho do prato, cai acidentalmente no meio do arroz, 10 minutos depois.

Mas dos mimetismos que eu uso, o mais hilário de todos é o “Enchi”. HAHAHAHAHA esse sim é uma piada...